quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Final do primeiro semestre na faculdade, palestra sobre fotografia, sala lotada. Sento na minha cadeira desconfortável e pego o livro "O Colecionador", John Fowles, para ser finalizado. Leio duas páginas e o barulho se torna insuportável. Olho para o corredor e a vejo.
Sim, era a Miranda. Cabelo loiro virgem e comprido, olhos doces, roupas limpas e um sorriso extremamente encantador. Não a vejo no final da palestra, as férias chegam e o segundo semestre começa. Primeira aula, segunda classe: Miranda. É claro que eu sorri. Pensei que por traz daquela perfeição física haveria um pouco de inteligência. Como é triste ter que falar que o meu conceito "pessoas exageradamente bonitas não são inteligentes" nunca poderá ser mudado. Miranda abriu a boca apenas no final da aula, meias palavras, achei estranho.
Procurei seu nome na comunidade da faculdade e encontrei. Ela tem fotos semi-nuas no orkut, escreve "quem eu sou" em rosa com erros ortográficos que dão pontadas no coração além de ter uns recados de vadia.
Desisti da Miranda. Na mesma turma da aula de segunda, apareceu uma Gabriela. Gabriela, morena, baixinha, magra, moletons de caveiras e inteligente. Desafia a professora, canta durante a aula e senta com a menina da boina. Começo a observá-la. Três semanas depois descubro que no semestre passado ela era patricinha, usava rosa e falava enrolado. Na semana passada ela começou a namorar um cara que usa moleton dos Backyardigans, o mesmo que eu pensava ser homossexual.

Desisto.