quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Oi tio, me dá uma bala?

Foi no semestre passado. O ônibus da faculdade estava voltando e sentou-se do outro lado do corredor um cara com um pacote de balas de goma, aquelas de minhoca. Bem, eu adoro essa bala e óbvio que senti vontade de comer e mais óbvio ainda não tinha um pacote daqueles. Não sou o tipo de pessoa cara-de-pau ou totalmente impulsiva. Sei que quando me dei conta, estava virada pra trás, gritando para os meus amigos:
-Oi, alguém tem bala de goma?
Claro que foi uma indireta pro cara que tinha o pacote das balas. Ele olhou pra mim com uma cara de quem não gosta muito de compartilhar as coisas com estranhos e disse:
-Quer uma bala?
Eu peguei umas 5.
O fato é que ontem estava eu sentada na minha poltrona e o ônibus estava lotado. O cara das balas é sempre o último a entrar no ônibus, logo se viu obrigado a sentar-se do meu lado. Depois de cinco minutos tirou um pacotinho de bala, não as que eu gosto, e me ofereceu. Eu não aceitei. Depois fiquei pensando que na primeira vez que o cara me ofereceu bala ele devia ter pensado que eu era louca ou hipoglicêmica pelo modo como gritei. Pensei que fui burra negando da segunda vez. Eu podia ter dito:
-Aceito sim porque sou hipoglicêmica e, sabe como é, não tenho dinheiro pra comprar doce todo o tempo.
Quem sabe o cara teria se comovido e na próxima vez que me encontrasse me daria unm pacote de balas daquela que eu gosto.
Fui burra.